Caro leitor do blog,
Neste mês, recebemos a professora Alessandra Turini Bolsoni-Silva, uma pesquisadora de destaque em análise do comportamento e treinamento de habilidades sociais. Conheci o trabalho incrível da Alessandra através do meu amigo e colega, João H. de Almeida (que contribuiu com um blog aqui algum tempo atrás — clique aqui), que trabalha com a professora Bolsoni-Silva na Universidade Estadual Paulista (UNESP), na cidade de Bauru, no interior de São Paulo, Brasil. Como vocês verão em sua história abaixo, o que ela já conquistou em sua carreira é verdadeiramente extraordinário, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de intervenções baseadas em evidências que melhoram as interações sociais em diversas populações, incluindo pais, educadores e indivíduos com desafios comportamentais. Com uma sólida base na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), sua pesquisa integra princípios de múltiplos modelos comportamentais para aumentar a eficácia das intervenções e os resultados em longo prazo — mais um excelente exemplo do tipo de mensagem que eu e o Dermot estamos defendendo nesta série de blogs. Aproveitem!
Colin
Sobre a autora:

Dra. Alessandra Turini Bolsoni Silva é Professora Associada Sênior na Universidade Estadual Paulista (UNESP-Bauru) e uma pesquisadora internacionalmente reconhecida na área de análise do comportamento aplicada. Ela obteve seu doutorado em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP) antes de concluir um pós-doutorado em saúde mental na Faculdade de Medicina da USP. Anteriormente, Alessandra conquistou seu mestrado em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde também realizou sua graduação. Atualmente, ela lidera um grupo de pesquisa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) chamado Grupo de Estudos e Pesquisas em Análise do Comportamento Aplicada e Habilidades Sociais (GEPEACAHS), no qual suas principais linhas de pesquisa incluem treinamento de habilidades sociais, intervenções parentais e avaliação comportamental, com destaque para análise funcional e desenvolvimento de intervenções. A Dra. Bolsoni-Silva é autora de inúmeros artigos científicos e livros, contribuindo para a psicologia do desenvolvimento, a análise do comportamento clínica e estratégias de intervenção comportamental. Ela também é membro ativo de comitês científicos dedicados ao avanço da análise do comportamento e da prática baseada em evidências.
Ampliando Fronteiras para Aplicação da Análise do Comportamento: Uma História de Difusão e Desenvolvimento de Intervenções para o Treinamento de Habilidades Sociais (click here for the English version of this blog)

As interações sociais desempenham um papel central no desenvolvimento humano, ampliando não apenas a qualidade de nossas relações, mas também o nosso bem-estar. Desde a infância, nossa competência em habilidades sociais afeta como aprendemos, nos comunicamos e enfrentamos desafios do dia a dia. A promoção dessas habilidades, especialmente em contextos familiares e educacionais, tem sido amplamente reconhecida, como variável crucial para prevenir e intervir em problemas comportamentais. (Bolsoni-Silva & Loureiro, 2020). Diante desse cenário, a Psicologia tem desempenhado um papel fundamental ao desenvolver programas estruturados que visam fortalecer a comunicação, empatia, resolução de conflitos, fornecendo soluções para a ampliação da qualidade das interações sociais e promoção de transformações significativas no comportamento humano. Nesse contexto, minha própria jornada profissional começou, motivada pela curiosidade de compreender o comportamento humano, escolhendo a Psicologia como formação para poder explorar mais profundamente essas questões.

Eu ingressei no curso de Psicologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 1994, sendo então da primeira turma do curso que se iniciava; naquela ocasião eu não tinha ideia do quanto impactaria positivamente na minha vida essa experiência. Já naquela época o curso ensinava muito sobre pesquisa e produção de conhecimento, ao mesmo tempo que oferecia uma ampla gama de possibilidades de atuação. Eu sempre fui curiosa para saber como as coisas funcionavam e claramente me encontrei no curso, no qual fui aluna de iniciação científica desde o segundo ano. Assim tive o privilégio de estudar com grandes nomes da Psicologia e da Análise do Comportamento, incluindo a Profa. Deisy das Graças de Souza, o Prof. Julio de Rose, Prof. Antonio Damasio Abib e a Profa. Maria de Jesus Dutra dos Reis. Tudo que estudava me encantava, mas quando estudei o livro “Coerção e suas implicações” de Sidman (1995/1989), ainda manuscrito, em uma disciplina com o Prof. Julio, bem como o livro “Sobre o Behaviorismo” de Skinner (2006) com o Prof. Abib, então para mim tudo fez sentido e eu me decidi por estudar e trabalhar com Análise do Comportamento. Adicionalmente, estagiar com o Prof. Hélio Guilhardi, no atual ITCR-Campinas e, após formada, com a Profa. Maria de Jesus Dutra dos Reis, foram experiências fundamentais para o investimento na psicologia clínica, quanto à atuação, avaliação e investigação.
Mesmo antes do ingresso na universidade, sempre me interessei por comportamento infantil e suspeitava que havia alguma relação com a educação parental, motivação que me levou a esta temática. Paralelamente à formação descrita, eu tive contato com o campo teórico e prático do Treinamento em Habilidades Sociais (THS), o qual me abriu a possibilidade de investigar nessa temática as interações pais e filhos na prevenção e remediação de problemas comportamentais. A primeira experiência foi a avaliação de um treinamento de habilidades sociais (THS) para pais, como resultado de monografia de final de curso (Bolsoni-Silva, Del Prette & Del Prette, 2000), o qual foi conduzido em 10 sessões com 4 casais, em delineamento pré-experimental; os resultados demonstraram ampliação de habilidades sociais parentais e gerais, bem como indicaram redução de queixas quanto aos comportamentos infantis, no entanto, após a intervenção, parte dos problemas relatados pelos pais permaneceram, os quais afirmaram saber que determinadas práticas educativas não eram apropriadas mas, por vezes, ainda as utilizavam.

No Brasil, no campo do THS, este trabalho parece ter sido o primeiro conduzido que tentou compatibilizar o ensino de habilidades sociais na interface com a parentalidade e, desse modo, foram ensinados comportamentos comumente presentes nessa área (Del Prette & Del Prette, 2001), tais como: (a) habilidades de comunicação (fazer e responder perguntas, dar e receber feedback, elogiar, iniciar e manter conversação); e b) habilidades assertivas de enfrentamento (expressar opinião, lidar com críticas, expressar desagrado, pedir mudança de comportamento, lidar com raiva do outro, fazer e recusar pedidos, admitir erros, desculpar-se). Entretanto, também foram incluídos objetivos de ensino que eram aderentes a intervenção com pais de crianças com problemas de comportamento (por exemplo Webster-Stratton, 1985) tais como ignorar comportamento de pouca importância, dar ordens curtas e claras, ter consistência parental e estabelecer limites. A fim de compreender melhor como ocorriam as interações pais e filhos e o impacto para os comportamentos infantis, meus trabalhos de mestrado (orientação do Prof. Dr. Almir Del Prette – UFSCar) e de doutorado (orientação da Profa. Dra. Edna Maria Marturano – USP-RP), buscaram, em delineamentos de grupo, no campo da psicologia do desenvolvimento, diferenciar crianças com e sem problemas comportamentais no que se refere às habilidades sociais parentais, denominadas de educativas, e também de outras práticas educativas. No estudo de mestrado (1998-2000 ., por exemplo Bolsoni-Silva & Del Prette, 2002) verificou-se que para as crianças sem problemas comportamentais os pais, com mais frequência, conversavam, expressavam sentimentos e opiniões, cumpriam promessas e relatavam ter concordância parental, e ambos os grupos julgavam relevante estabelecer limites e consideravam difícil admitir erros e pedir desculpas, ainda que o grupo de pais de crianças com dificuldades, admitiam errar mais nas interações com os filhos.
No trabalho de doutorado (2001-2003., Bolsoni-Silva, 2003; por exemplo Bolsoni-Silva & Marturano, 2006) a amostra foi ampliada para quase 100 pessoas, pais e mães de pré-escolares com e sem problemas de comportamento, avaliados por instrumento aferido psicometricamente. E neste estudo, os grupos foram comparados quanto às habilidades sociais educativas, habilidades sociais infantis, e relacionamento conjugal. Os resultados ampliaram no sentido de identificar que grupos de pais/mães de crianças sem problemas de comportamentais não somente conversavam/perguntavam mais para seus filhos, como a diversidade e a qualidade dessa comunicação se diferenciava, foi possível verificar que esse grupo conversava para estabelecer limites diante de comportamentos problemas, mas também sobre assuntos e situações diversas de interesse dos filhos. Esse grupo também relatava ter mais consistência parental, concordância com cônjuge e cumpria mais as promessas feitas aos filhos, além de identificarem mais comportamentos positivos das crianças e expressarem sentimentos positivos a elas. Verificou-se também que não bastava avaliar se expressavam opiniões e sentimentos, mas também era relevante a forma como o faziam, uma vez que no grupo de crianças com dificuldades comportamentais os sentimentos negativos eram expressos especialmente de maneira agressiva e as opiniões eram impostas.

Bem, é preciso destacar que por ocasião do doutorado foram elaborados instrumentos que foram ajustados e validados posteriormente, em algumas etapas, culminando no Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais (RE-HSE-P, Bolsoni-Silva, Loureiro & Marturano, 2016) e no Questionário de Respostas Socialmente Habilidosas para pais e professores (2020) e, mais recentemente no Questionário de Relacionamento Conjugal – QRC (Bolsoni-Silva et al., 2024). O RE-HSE-P foi validado no meu pós-doutorado com a Profa. Dra. Sonia Regina Loureiro (2008-2009), que me orientou no pós-doutorado em Saúde Mental, na Faculdade de Medicina da USP; o instrumento utilizado no doutorado avaliava funcionalmente somente parte dos comportamentos parentais e, então, foi ampliado e nova coleta conduzida, de forma a termos um instrumento que avaliasse funcionalmente a interação pais e filhos.
Paralelamente a essas investigações ocorreu meu ingresso na Universidade Estadual Paulista (UNESP-Bauru) exatamente no mesmo ano em que ingressei no doutorado, em 2001, para assumir as cadeiras de desenvolvimento e análise do comportamento e clínica comportamental. Em 2002 iniciei a aplicação e avaliação de intervenções com pais/mães/cuidadores, junto a alunos estagiários de último ano de psicologia. Em 2001, como seguia no trabalho com as habilidades sociais, que se coloca como área eclética do ponto de vista teórico, escrevi um texto para localizar o campo das habilidades sociais na análise do comportamento, ao menos como eu operacionalizava e trabalhava (Bolsoni-Silva, 2002), ideias que foram ampliadas em publicação (Bolsoni-Silva & Carrara, 2011) em parceria com o Prof. Kester Carrara, colega de departamento e parceiro em projetos de pesquisa e pós-graduação, a título de exemplificação “Depreende-se de tal análise que os comportamentos socialmente habilidosos estão associados à obtenção de reforçadores positivos e esquiva ou fuga, a negativos nas interações sociais. De todo modo, os resultados até o momento produzidos, independentemente do delineamento, indicam a importância das habilidades sociais enquanto adjetivação de categorias de repertórios comportamentais relevantes para o favorecimento de interações sociais satisfatórias” (Bolsoni-Silva & Carrara, 2011).

Reconhecendo que a intervenção realizada na minha monografia de graduação apresentou resultados insuficientes, somado à minha formação clínica e aos dados empíricos dos estudos de mestrado e doutorado, percebi a necessidade de desenvolver um novo programa de intervenção para pais. Após meu ingresso na UNESP, tive a oportunidade de estudar mais profundamente o Modelo Colaborativo de Webster-Stratton e Herbert (1993), o Modelo Construcional de Goldiamond (Goldiamond, 2002/1974) e o Modelo Coercitivo descrito por Patterson, Reid e Dishion (2001), os quais influenciaram significativamente a forma como reformulei o programa. Considerando que os problemas de comportamento na interação parental podem ser mantidos por atenção, esquiva de situações desafiadoras (por exemplo, tarefas escolares difíceis), evitação de emoções negativas e contextos em que regras são difíceis de aplicar e reforçar, tornou-se evidente que ensinar aos pais comportamentos de comunicação, afeto e estabelecimento de limites pode ajudar crianças e adolescentes a receberem atenção e apoio para a regulação emocional e a solução de problemas. Foi nesse momento que nasceu o programa Promove-Pais (Bolsoni-Silva & Fogaça, 2018). O programa adota o modelo colaborativo, formula objetivos individuais de ensino que são monitorados ao longo da intervenção e mantém flexibilidade no ensino de habilidades sociais e educativas e de práticas parentais, com foco na solução de problemas apresentados pelos pais.
Cada sessão estimula tanto interações positivas entre pais e filhos quanto estratégias de estabelecimento de limites. Por exemplo, nas sessões de comunicação, as discussões se concentram na importância de conversar sobre temas de interesse das crianças e no uso dessa habilidade para estabelecer limites, promover o autoconhecimento ao perguntar como elas se sentem, entender os motivos por trás de comportamentos agressivos e ajudá-las a refletir sobre os conflitos. Essas sessões permitem que os pais aconselhem sobre comportamentos positivos de solução de problemas, expressem apoio e descrevam consequências lógicas. Cada sessão adiciona mais um “tijolo” à construção da parentalidade positiva, instrumentalizando os pais com ferramentas para melhorar as interações, promover proximidade emocional com seus filhos e prevenir ou resolver problemas de comportamento. O programa também inclui um livro como biblioterapia, oferecendo modelos que os pais são incentivados a ler previamente e discutir durante as sessões quanto à viabilidade de aplicá-los na interação com seus filhos.
Antes da versão final do programa Promove, foram conduzidas diversas investigações, com dados coletados ao campo de estágio a partir de 2022, por exemplo em 2008 (Bolsoni-Silva et al., 2008), o programa apresentava 22 sessões, basicamente com os temas já mencionados, produzindo bons resultados (autoconhecimento, agradecer e fazer elogio, expressar sentimento positivo, recusar pedido, etc), mas era muito longo. Na sequência foi reduzido para 17 sessões demonstrando (Bolsoni-Silva, Silveira & Marturano, 2008) a relação funcional com o uso de práticas positivas para estabelecer limites e a redução do relato de problemas de comportamento.
Com apoio da FAPESP, em projeto de pesquisa regular, em 2007, na revista Temas em Psicologia, descrevi brevemente o programa para pais e a avaliação do programa fora dos muros da universidade e com parceria técnico-científica da Profa Edna Maria Marturano. O estudo (Bolsoni-Silva & Marturano, 2010), com 15 pais, aplicado no ambiente escolar, demonstrou a redução de problemas de comportamento (não clínico em instrumento aferido em 80% dos casos) e de práticas negativas e a ampliação das habilidades sociais educativas e práticas positivas.
Desse modo, o Promove-Pais nasce no contexto brasileiro, considerando dados produzidos para a nossa população e buscando agregar literatura diversa sobre desenvolvimento, parentalidade, habilidades sociais, análise do comportamento, buscando garantir componentes já descritos como importantes a essa população no que refere à parentalidade: haver responsividade e exigência (Baumrind, 1966; Maccobi & Martin, 1983), uso de consequência lógica e natural (Hoffman, 1975), ensino de comportamento moral e de regras (Hoffman, 1975, Gomide, 2006), monitorar e ensinar a obedecer (Patterson et al., 2002), reduzir conflitos (Barkley, 2002; Patterson, et al., 2002), ampliar as interações positivas (Webster-Stratton, 2016; Patterson et al., 2002). Os pais não são orientados a serem coterapeutas dos seus filhos, eles são o foco de intervenção, eles colaboram na produção e promoção de soluções, compreendendo a que respondem e a que os seus filhos respondem, em um interjogo interacional.

Com o início do Programa de Pós Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem (Unesp-Bauru), novas investigações e publicações foram sendo conduzidas, tendo pais/mães e cuidadores como participantes, buscando por um lado ajustar o programa para melhores resultados, descrever interações terapêuticas e, por outro lado, aplicá-lo considerando dificuldades específicas das crianças/adolescentes (problemas internalizantes, externalizantes, TEA), em diferentes modalidades (grupo, individual, presencial, online) e com delineamentos diversos, especialmente em delineamentos de sujeito único de linhas de base múltiplas entre participantes. Os resultados são animadores, em que a maioria das crianças/adolescentes deixa de pontuar em escalas de problemas de comportamento, amplia suas habilidades sociais e fica evidente o maior uso de práticas positivas e redução de práticas negativas, estabelecendo relações próximas e equilibradas entre pais/mães/cuidadores e crianças/jovens. Simultaneamente segui conduzindo investigações de grupos e psicométricas com a Profa. Sonia Loureiro e outros colegas, vinculadas ao grupo de habilidades sociais Anpepp e ao CNPq em Produtividade em Pesquisas, de forma a isolar cada vez mais preditores de competência social, problemas de comportamento e saúde mental.
A experiência com os trabalhos de pais também serviu de modelo para outros programas de intervenções, com crianças, professores, universitários, casais e mulheres com ansiedade e depressão, que também levaram o nome de “Promove”, seguindo a mesma racional do Promove-Pais.
Concluindo temos que os programas seguem alguns princípios: 1) necessidade de ampla avaliação das interações sociais, para análises funcionais moleculares e ecológicas e objetivos comportamentais, funcionalmente equivalentes, para cada participante, mesmo em atendimento de grupo, que será base para o acompanhamento em cada sessão de intervenção, ajustando sempre que necessário; 2) uso do modelo colaborativo, de forma a estabelecer interações próximas, não hierárquicas, equilibradas do ponto de vista de reforçadores, apoiando os participantes na ampliação de interações sociais positivas e resolução de problemas; 3) flexibilização do programa para atender às necessidades dos participantes; 4) quanto à interação terapêutica recomenda-se postura menos diretiva, com o uso de empatia e de perguntas de reflexão para ajudar os participantes a descreverem contingências (autoconhecimento), a formularem e reverem regras, que sejam tatos, facilitando adesão, autocontrole e generalização; 5) uso de procedimentos comumente utilizados em terapia comportamental, como modelação, modelagem e reforçamento diferencial, a partir de diferentes ações do terapeuta, como uso de vídeos, atividades de reflexão, biblioterapia, role playing e tarefas de casa; 6) usa-se estrutura semelhante às de THS, organizando as sessões em discussão de tarefa de casa, discussão dialogada do tema, treino, avaliação e atribuição de tarefa de casa. Os programas têm sido avaliados como única intervenção ou como componente de intervenções maiores, a depender da demanda.

Atualmente, no grupo de pesquisa Gepeacahs, há estudos em curso quanto aos Promove’s’-Pais, Pais-TEA, Universitários, Casais e Saúde da Mulher, além de estudos de grupo para identificar variáveis preditoras. Tais conhecimentos também retroalimentam a prática enquanto supervisora de estágio, em que na medida do possível, as intervenções são aplicadas e avaliadas junto ao Centro de Psicologia Aplicada. Ao longo de anos de pesquisa e intervenção em habilidades sociais, o desenvolvimento de programas como os Promoves’, permitiu que famílias, crianças, professores e outros públicos fossem beneficiados por práticas baseadas em evidências, adaptadas a suas necessidades. Esse processo contínuo de aprimoramento e disseminação abre novas possibilidades para o futuro, garantindo que mais pessoas acessem tecnologias comportamentais eficazes, potencialmente facilitando a construção de interações sociais mais positivas e funcionais em diversos contextos.
Referencias
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