Caro(a) leitor(a) do blog,
Eu devo admitir que esta foi mais uma introdução que eu achei difícil de escrever. Por onde começar por alguém cuja contribuição para a ciência do comportamento e para a área de linguagem simbólica e cognição foram, não só substanciais (tanto no Brasil quando internacionalmente), como quem também é, genuinamente, bondoso e encorajador às carreiras acadêmicas de muitos, a minha incluída. Apesar de eu obviamente conhecer seus trabalhos pioneiros sobre transferência de funções há muitos anos, eu conheci o Professor Julio de Rose pessoalmente apenas no início de março de 2019, quando eu fui visitá-lo na Universidade Federal de São Carlos, no Brasil, para um período de pesquisa no exterior, no fim do meu doutorado. Nós havíamos trocado alguns emails anteriormente, mas nada muito substancial. Muito distante de casa e de tudo que me era familiar, e em um país no qual a língua eu não falava uma única palavra, é seguro dizer que eu estava realmente nervoso e me sentindo um pouco “um peixe fora d’água”. Entretanto, tudo imediatamente se dissipou quando conheci Julio que, junto de sua esposa, Ieda, gentilmente me buscou na parada de ônibus. E a partir de então, todo o meu nervosismo e minhas incertezas foram completamente embora. Eu aprendi muito com o Julio e com muitos outros analistas do comportamento brasileiros que eu conheci durante minha viagem, muitos deles orientandos ou ex orientandos do Julio, muitos amigos e colegas meus de hoje em dia, e todos testemunhas da sua abordagem para com a ciência, a pesquisa e o ensino. De fato, minha experiência durante esse mês foi tão impactante, que eu submeti uma proposta de projeto de pós-doutorado para retornar após completar meu doutorado, um projeto no qual eu estou trabalhando atualmente enquanto escrevo essa introdução da minha sala, aqui em São Paulo.
Em termos da sua abordagem à ciência e à pesquisa, especificamente, algo que, particularmente, sempre me impressionou e inspirou no Julio é a sua vontade e animação para compreender o que o dado nos diz, a despeito de como é descrito, independente da perspectiva da qual o estudo foi pensado (ex., Teoria dos Quadros Relacionais, Equivalência de Estímulos, Comportamento Verbal Skinneriano, etc.), e mesmo se o dado enfraquece ou dá suporte a algo que ele havia dito anteriormente. Esta é uma atitude e um entusiasmo para a análise experimental do comportamento que eu também encontrei nos meus orientadores de doutorado, Dermot e Yvonne Barnes-Holmes, mas que não me parecia, infelizmente, tão comum na nossa área, como eu penso que deveria ou poderia ser. Esta é uma das muitas razões pelas quais a contribuição do Prof. Julio me parece perfeita para a série de blogs atual e para a mensagem que eu e Dermot estamos tentando encorajar durante nosso tempo na curadoria deste blog. E uma das muitas razões que as suas contribuições me parecem particularmente adequadas agora que entramos no 50º aniversário da Associação Internacional de Análise do Comportamento.
Conhecendo a modéstia do Prof. Julio, eu suspeito que ele discorde de alguns dos meus elogios a ele aqui, e talvez até balance negativamente a cabeça enquanto lê. Mas sua humildade é um outro motivo pelo qual todos nós podemos aprender algo sobre o Professor de Rose. De qualquer forma, chega de mim! Sente-se e aproveite outra fantástica adição ao blog!
Colin.
Sobre o Autor:
Julio C. de Rose é professor de psicologia na Universidade Federal de São Carlos, Brasil. Ele recebeu seu doutorado em psicologia experimental na Universidade de São Paulo em 1981, após o qual foi bolsista Fullbright no Eunice Kenned Shriver Center, em Massachusetts, EUA, de 1984 a 1986. De volta ao Brasil, ele foi um dos fundadores da rede de pesquisa em Comportamento, Cognição e Ensino, o qual posteriormente se tornou o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino. Dr. de Rose é atualmente o diretor de pesquisa deste instituto. Adicionalmente, ele publicou amplamente nos principais periódicos de análise do comportamento, como o Journal of Experimental Analysis of Behavior, o Journal of Applied Behavior Analysis, o The Psychological Records e o The Analysis of Verbal Behavior, também participando como membro do conselho editorial do JABA, e atuando, atualmente, no conselho editorial do The Psychological Record.
Táticas no Brasil (Click here for the English version of this blog)
A análise do comportamento no Brasil começou na Universidade de São Paulo, no seu campus principal, na cidade de São Paulo. O Professor Fred Keller esteve lá em sua primeira visita ao Brasil, em 1961. Esta visita moldou a primeira geração de analistas comportamentais brasileiros, liderada pelos professores Carolina Bori e Rodolpho Azzi. O Programa de Pós-Graduação em Psicologia Experimental da USP foi fundado alguns anos mais tarde. O programa não era exclusivamente de análise do comportamento e tinha professores com diferentes abordagens e interesses, como etologia, percepção e emoção.
No programa de pós-graduação da USP os estudantes não eram obrigados a fazer um curso de estatística. Não havia cursos obrigatórios, mas virtualmente todos os estudantes interessados em análise do comportamento faziam o curso de Carolina Bori sobre Táticas de Pesquisa Científica, baseado no livro de Sidman (1960), ao qual vou me referir doravante como Táticas. Muitos dos professores do programa eram conferencistas brilhantes, mas, pelo que me lembro, eles raramente davam aulas expositivas nos cursos de pós-graduação. Carolina Bori, por exemplo, tinha colaborado com Fred Keller no primeiro curso ministrado no Sistema Personalizado de Instrução (PSI) e ela não acreditava que estudantes aprendem muito com aulas expositivas. Talvez a influência do Professor Keller se estendessea também a professores que não eram analistas do comportamento. Por exemplo, eu fiz um curso fantástico de observação do comportamento animal com o Professor Walter Cunha, no qual precisávamos completar 100 horas observando formigas no laboratório do Prof. Walter. Ele era um etólogo, não muito simpático à análise do comportamento, mas tinha uma impressão favorável do Prof. Keller. No curso do Prof. Walter os estudantes faziam o trabalho de laboratório no seu próprio ritmo e o Prof. Walter modelava cuidadosamente nosso comportamento de observar e relatar, com feedback valioso e quase imediato em nossos relatórios.
Para entender como foi profunda a influência do livro de Sidman (1960) sobre a análise do comportamento brasileira é importante considerar que foi no programa de pós-graduação da USP que a primeira geração de analistas do comportamento brasileiros modelou as gerações seguintes. O curso de Carolina sobre Táticas teve uma enorme influência sobre como estas gerações seguintes passaram a conceber a pesquisa. Como muitos integrantes das gerações seguintes se tornaram professores mais tarde, eles também estenderam esta influência para seus alunos.
Mas vamos, por um tempo, deixar a USP e mudar o foco para Brasília, então nova capital do país, localizada no Brasil Central. A nova Universidade de Brasília atraiu acadêmicos de diferentes áreas que queriam efetuar mudanças profundas na ciência e na educação brasileiras. A universidade estava aberta a novos métodos e foi no seu Departamento de Psicologia que Fred Keller, Carolina Bori, Rodolpho Azzi e Gil Sherman desenvolveram, no início dos anos 1960, um curso de análise do comportamento no sistema PSI.
Foi também na Universidade de Brasília que, alguns anos mais tarde, eu terminei o bacharelado em psicologia. Eu estudei lá nos tempos sombrios da ditadura militar, que tinha suprimido as experiências inovadoras da Universidade de Brasília e levado à demissão da maioria dos professores. Ainda assim, todo o corpo docente do Departamento de Psicologia era constituído por analistas do comportamento e o curso de graduação era todo baseado em análise do comportamento. Eu tive oportunidade de fazer cursos de laboratório e, também, de fazer pesquisa, com meu colega Olavo Galvão, que mais tarde faria um pós-doutorado com o Professor Sidman. Nós fizemos pesquisa porque estávamos interessados nela; não era um requisito para nossa graduação. Mas o laboratório estava lá, tinha equipamento que poderia ser usado, havia um bom suprimento de ratos albinos e nossos professores nos encorajavam a fazer pesquisa.
Olavo e eu aprendemos a usar o equipamento eletromecânico daquela época e fizemos um experimento para investigar comportamento sob um esquema de reforço nunca antes estudado: um esquema interlocking em que um requisito de razão fixa (FR) aumentava à medida que passava o tempo. Nossa pesquisa não era baseada em qualquer hipótese específica. Apenas estávamos curiosos para saber como a resposta de pressão à barra mudaria sob nosso esquema.
Contudo, não tínhamos ainda lido Táticas e nossa abordagem sidmaniana não ia além de nosso desejo de “fazer uma pergunta à natureza”. Nós acreditávamos que os efeitos do esquema iriam se manifestar apenas na taxa da resposta de pressão à barra. E, de fato, nosso esquema afetou a pressão à barra. Todos os nossos ratos paravam de pressionar a barra no meio da sessão e passavam a fazer outra coisa, sessão após sessão. Nós pensamos que a pesquisa tinha fracassado, mesmo sendo nossos resultados bastante consistentes: a taxa de pressões à barra caía a zero e todos os ratos passavam a emitir o mesmo comportamento alternativo. Uma vez que não estávamos preparados para considerar outros comportamentos que não a pressão à barra, nossos dados não faziam sentido para nós. Depois de ter lido Táticas e com um pouco mais de conhecimento básico de análise do comportamento, eu faria melhor na pesquisa durante a minha pós-graduação na USP, onde concluí o mestrado e o doutorado, sob orientação da Professora Carolina Bori.
Virtualmente todos os estudantes de pós-graduação interessados em análise do comportamento faziam o curso sobre Táticas da Professora Carolina. A principal atividade do curso era ler o livro Táticas, usualmente um capítulo por semana, e então discutir o capítulo em classe. Muitos cursos que eu fiz durante a minha pós-graduação contribuíram muito para minha carreira em pesquisa, incluindo um curso notável sobre controle de estímulos, pela Professora Maria Amelia Matos. Mas eu acredito que o curso que mais contribuiu foi o curso sobre Táticas ministrado pela Profa. Carolina.
A leitura de Táticas foi essencial para minha pesquisa de pós-graduação e para toda a minha carreira posterior como pesquisador. Eu ainda estava interessado em esquemas de reforço com ratos e minha pesquisa de mestrado foi sobre comportamento sob esquemas de Intervalo Fixo (FI). E, de novo, meus ratos pararam de pressionar a barra. Mas então eu já havia lido e discutido Táticas. Eu sabia que quando o reforço é programado a intervalos fixos e os ratos não respondem num padrão em forma de concha (“scallop”, isto é, com uma pausa após cada reforço, seguida por uma aceleração positiva até o reforço seguinte) a interferência de variáveis estranhas é muito provável. O meu experimento requeria uma linha de base estável com padrão em forma de concha. Se eu não obtinha conchas, isto resultava de um controle experimental fraco. Olhando para o comportamento dos ratos eu notei que todos eles eventualmente começavam a lamber uma pequena fenda entre a barra e a parede da câmara experimental. Nessa época eu já tinha conhecimento a respeito de comportamento adjuntivo. A câmara de condicionamento operante que eu usava estava encerrada em uma caixa térmica para gelo (que, claro, não estava cheia de gelo), para isolar os ratos de estímulos externos. Um pequeno ventilador estava localizado logo atrás da parede em que ficava a barra, fornecendo a necessária ventilação. Portanto, uma corrente de ar fluía pela estreita fenda entre a parede e a barra. Esquemas de FI frequentemente produzem comportamento adjuntivo e isto estava ocorrendo com meus ratos: eles estavam “bebendo” o jato de ar. Para bloquear a corrente de ar, eu inseri um anteparo entre o ventilador e a parede onde ficava a barra. Como não havia mais corrente de ar para os ratos beberem, eles voltaram a pressionar a barra.
Em Táticas e em outros textos, Sidman insistiu que não podemos tomar como garantidos nossos estímulos discriminativos e reforçadores. Animais ou humanos podem responder a aspectos ou dimensões dos estímulos que sejam diferentes daquelas especificadas pelos experimentadores. E precisamos calibrar os reforçadores utilizados, para que eles sejam suficientemente fortes. Sem um reforço forte, ratos podem não mostrar padrão de concha. Em Táticas, Sidman enfatizou a importância de calibrar as variáveis de reforço e observou que pesquisadores costumavam fazer isso com base na curvatura da concha de FI, mesmo quando a pesquisa deles não era sobre Intervalo Fixo. Então, eu testei diferentes esquemas de privação e diferentes concentrações de leite em pó com reforço, até obter uma concha pronunciada.
Porém, mais do que recomendações específicas, Táticas me ensinou uma abordagem geral à pesquisa: uma abordagem tática, na qual as decisões eram tomadas dia a dia com base na regularidade dos dados mais do que com base em regras ou delineamentos pré-determinados. Os dados regulares que eu obtive ao longo da minha pesquisa de pós-graduação me levaram a uma descoberta inesperada que me levou a mudar os objetivos da pesquisa. Eu não diria que minha pesquisa de pós-graduação foi revolucionária, mas os dados tiveram regularidade e alguma originalidade (ver de Rose, 1986).
Escrevo aqui sobre minha história de pesquisa apenas como ilustração do quanto foi profunda a influência de Sidman sobre as gerações iniciais de analistas do comportamento brasileiros, os quais, em sua maioria, aprenderam sobre Táticas no curso de pós-graduação ministrado por Carolina. Como prova desta influência, Sidman foi convidado por pesquisadores brasileiros para uma comemoração do 25º aniversário da publicação de Táticas, em 1985. Sidman aceitou o convite e ele e sua esposa Rita fizeram a primeira viagem para o Brasil naquele ano. Não sei se houve alguma celebração do 25º aniversário de Táticas nos Estados Unidos, mas parece que os Sidmans gostaram da comemoração no Brasil.
Eu não pude ir nesta comemoração. Tinha terminado meu doutorado em 1981 e, em 1982, tive a fascinante experiência de ler o artigo que Sidman e Tailby publicaram no Journal of the Experimental Analysis of Behavior naquele ano. Este artigo mudou os meus interesses de pesquisa. Eu não estava muito inclinado a continuar com minha pesquisa com animais, mas continuava interessado em pesquisa básica. Mas agora eu queria fazer pesquisa básica que tivesse um impacto mais direto em aplicações. Sidman e Tailby me mostraram o caminho. Quando eu tive a oportunidade de ir pela primeira vez a uma Reunião da Association for Behavior Analysis (ABA), em 1983, me apresentei ao Professor Sidman e pedi conselhos sobre um pós-doutorado. Ele me recomendou um pós-doutorado com Larry Stoddard, no Shriver Center for Mental Retardation, próximo a Boston. O Professor Stoddard me aceitou para um pós-doc em um laboratório que havia sido montado por Sidman. Eu obtive uma bolsa da Fulbright (em parceria com a CAPES) e pude passar dois anos no Shriver Center. Lá eu tive o privilégio de interagir e trabalhar não apenas com Larry mas também com pesquisadores como Bill McIlvane, Bill Dube e Harry Mackay. Naquela época Murray Sidman não estava mais no Shriver Center, mas estava perto, na Northeastern University, em Boston, e costumava participar das reuniões de laboratório no Shriver. O Professor Sidman me contou sobre o convite para ir ao Brasil na comemoração do aniversário de Táticas e como ele estava feliz com este convite.
A mudança de frequência nas visitas dos Sidmans ao Brasil indica que aquelas viagens tinham consequências reforçadoras, fortalecendo um operante com alto custo de respostas. Uma viagem dos Estados Unidos ao Brasil levava pelo menos 15 horas, incluindo conexões. Não foi apenas o comportamento dos Sidmans de aceitar convites que foi reforçado: o comportamento de convidá-los, por parte dos pesquisadores brasileiros, deve ter sido reforçado também, porque eles fizeram muitos outros convites. Isto é fácil de entender: os Sidmans aceitavam os convites e suas visitas eram bem-sucedidas e produtivas.
Começou então uma nova fase na influência do Professor Sidman sobre a análise do comportamento brasileira. Antes da primeira visita, a influência de Sidman já era forte. Depois da primeira visita, ele passou a ter uma influência mais direta. A influência anterior dele era baseada principalmente no livro Táticas. Alguns pesquisadores também conheciam a pesquisa dele sobre esquiva e alguns, liderados por João Claudio Todorov, também faziam pesquisa sobre esquiva, inspirados por Sidman. A pesquisa sobre equivalência era, então, nova e não tinha conexão com temas que interessavam os analistas do comportamento brasileiros. Poucos a conheciam. Também era pouco conhecida a pesquisa de Sidman sobre controle de estímulos e seu conceito de topografias de controle de estímulo. Em de suas primeiras visitas, Sidman ministrou um curso sobre controle de estímulos na USP (1987) que foi um marco. Eu já tinha então retornado ao Brasil e pude assistir àquele curso, junto com outros estudantes brasileiros e alguns colegas professores.
A influência de Sidman sobre a análise do comportamento no Brasil se tornou algo semelhante à de Fred Keller anteriormente. Não tenho certeza de quantas vezes Rita e Murray Sidman vieram ao Brasil, mas diria que eles vieram uma vez a cada um ou dois anos, até que a longa viagem se tornou pesada para eles. Eles visitaram os principais centros de análise do comportamento no Brasil. Muitos analistas do comportamento se interessaram por pesquisa sobre equivalência de estímulos e alguns foram a Boston ou arredores para pós-doutorado ou doutorado “sanduíche” com Sidman ou no Shriver Center.
Equivalência de estímulos atraiu muitos pesquisadores brasileiros e se tornou o foco principal de uma rede de pesquisadores em cuja criação eu participei, junto com vários colegas brasileiros e com a ajuda de Bill McIlvane. Esta rede deu origem ao atual Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino (INCT-ECCE), coordenado por minha colega Deisy de Souza. O Instituto tem pesquisadores de oito diferentes universidades brasileiras e vários colaboradores internacionais. Os membros do Instituto têm publicado muitos artigos em periódicos internacionais e também nos periódicos brasileiros. Outros pesquisadores brasileiros que não fazem parte do Instituto têm também contribuído com importante trabalho na área.
O papel central da equivalência de estímulos, tanto no Instituto quanto fora dele, mostra que a influência de Sidman permanece forte. Contudo, eu tenho a impressão de que a influência atual de Sidman baseia-se praticamente só na equivalência. Pelo que eu sei, estudantes de pós-graduação no Brasil não mais leem Táticas como no tempo de Carolina. Certamente a ciência deve avançar, mas eu acredito que no Brasil (e provavelmente em qualquer lugar) nós teríamos muito a ganhar trazendo Táticas de volta ao treino dos pesquisadores em análise do comportamento. Não se pode esquecer, contudo, que o livro foi escrito há mais de 60 anos atrás e talvez algumas das questões nele levantas não sejam mais tão relevantes quanto eram naquele tempo. O livro certamente não pode ser tratado dogmaticamente. Contudo, hoje pode ser talvez até mais relevante a lição fundamental de Táticas, de que o comportamento do pesquisador não deve ser governado por regras, mas sim modelado pela obtenção de dados que mostrem ordem (um ponto que já havia sido enfatizado por Skinner).
Referências
De Rose, J. C. C. (1986). Behavioral contrast in fixed-interval components: Effects of extinction-component duration. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 45, 175-188.
Sidman, M. (1960). Tactics of Scientific Research: Evaluating Experimental Data in Psychology. Basic Books, Inc.
Sidman, M., & Tailby, W. (1982). Conditional discrimination vs. matching to sample: An expansion of the testing paradigm. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 17(1), 5-22.